Comércio Exterior mostra força em plena crise

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Balança comercial bate recordes expressivos no primeiro quadrimestre de 2021

Em meio à crise mundial causada pelo agravamento da pandemia no início de 2021, o Comércio Exterior Brasileiro mostrou novamente sua força. Entre importações e exportações, a corrente de comércio atingiu a marca de US$ 146 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, com crescimento de 20,7%. O superávit alcançado foi de US$ 18,26 bilhões, um crescimento de 106,4% em relação ao mesmo período do ano passado. “O dado extremamente positivo desse resultado, na nossa opinião, se refere ao aumento das exportações”, afirma Antonio Baracat Filho, diretor da CGO Assessoria em Comércio Exterior. “Elas cresceram 26,6% em relação ao mesmo período de 2020, atingindo US$ 82,3 bilhões.”

“Todas as condições são extremamente favoráveis: o dólar está alto, a exportação é isenta de impostos, e o mundo busca estocar commodities, com medo da inflação mundial.”

Segundo Baracat Filho, um dos fatores que explica esse bom resultado foi a necessidade das empresas buscarem novos mercados, depois que a segunda onda da pandemia derrubou as vendas no mercado interno. “Nós sentimos um aumento importante de procura por assessoria, em muitos casos de clientes que nunca haviam exportado antes”, revela o diretor. “Todas as condições são extremamente favoráveis: o dólar está alto, a exportação é isenta de impostos, e o mundo busca estocar commodities, com medo da inflação mundial.”

Os números do quadrimestre foram impulsionados especialmente pelo resultado de abril, quando as exportações cresceram 50,5% em relação ao mesmo mês de 2020, e atingiram US$ 26,48 bilhões. O superávit comercial atingiu US$ 10,35 bilhões – maior valor absoluto de toda a série histórica, iniciada em 1997. “É importante destacar que o Agronegócio desempenhou papel preponderante nesses resultados”, cita Baracat Filho. “Nós temos clientes aqui na CGO que aumentaram em quase 100% o volume de exportação de plantas para o Mercosul, por exemplo.”

É importante notar, porém, que além dos aumentos gerais nos preços das Commodities, houve também crescimento de 35,8% nos volumes de exportação do Agronegócio

As vendas do Agronegócio, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, atingiram US$ 8,23 bilhões, um crescimento de 44,4%. A principal responsável por essa performance foi a soja, que registrou crescimento de 17% nos embarques, batendo outro recorde ao somar 17,4 milhões de toneladas exportadas. O recorde nos valores arrecadados foi ajudado pelo aumento de 22,3% no preço da soja no mês. “É importante notar, porém, que além dos aumentos gerais nos preços das Commodities, houve também crescimento de 35,8% nos volumes de exportação do Agronegócio”, destaca Baracat Filho.

Uma análise dos destinos das exportações mostra crescimento de vendas para todos os maiores parceiros comerciais do Brasil. A China foi o destaque, com aumento de 55%, seguida pela Associação das Nações do Sudeste Asiático, com 53%, Coreia do Sul, com 43,6% e Japão, que comprou 36% a mais do Brasil. “As exportações para a União Europeia, por sua vez, cresceram 37% e, para os Estados Unidos, 33,7%”, complementa Baracat Filho.

Se o ritmo for mantido, o Comércio Exterior Brasileiro deve fechar 2021 como o melhor ano de sua história. “A Secex está projetando um total de US$ 266,6 bilhões em exportações para o ano, o que representaria crescimento de 27%”, antecipa Baracat Filho. “O total exportado no primeiro quadrimestre confirma essa projeção, embora a gente espere, na verdade, que ela seja até superada!”